Bárbara reflexão de Gilberto Dimenstein sobre a Parada, a Marcha e o direito de ser feliz.
Descrição da imagem: Bíblia Sagrada de capa preta com o crucifixo estampado tendo um marcador de páginas com as cores do arco íris.
Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados [...] Prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres, inclusive os evangélicos.
Como considero a diversidade o ponto mais interessante da cidade de São
Paulo, gosto da ideia de termos, tão próximas, as paradas gay e
evangélica tomando as ruas pacificamente. Tão próximas no tempo e no
espaço, elas têm diferenças brutais.
Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de
serem respeitados. Já a parada evangélica não respeita os direitos dos
gays (o que, vamos reconhecer, é um direito deles). Ou seja, quer uma
sociedade com menos direitos e menos diversidade.
Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.
Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários. Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança. Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertar com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.
Nada contra – muito pelo contrário – o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.
Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.
Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha.
Artigo publicado no portal Folha.com, em 24/06/2011.
Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.
Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários. Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança. Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertar com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.
Nada contra – muito pelo contrário – o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.
Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.
Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha.
Artigo publicado no portal Folha.com, em 24/06/2011.
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