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Sou muito humorado. Se bem ou mal, depende da situação...

Em 1989 o HIV invadiu meu organismo e decretou minha morte em vida. Desde então, na minha recusa em morrer antes da hora, muito aconteceu. Abuso de drogas e consequentes caminhadas à beira do abismo, perda de muitos amigos e amigas, tratamentos experimentais e o rótulo de paciente terminal aos 35 quilos de idade. Ao mesmo tempo surgiu o Santo Graal, um coquetel de medicamentos que me mantém até hoje em condições de matar um leão e um tigre por dia, de dar suporte a meus pais que se tornaram idosos nesse tempo todo e de tentar contribuir com a luta contra essa epidemia que está sob controle.



Sob controle do vírus, naturalmente.



Aproveite o blog!!!



Beto Volpe



sábado, 19 de julho de 2014

Pela realização imediata da 1ª Conferência Nacional de AIDS



Não há mais como negar que o Brasil sofreu um sério retrocesso na política de enfrentamento à AIDS, o rei ficou nu perante toda a imprensa mundial. Ao contrário dos bons resultados globais, o país vê crescer o número de novas infecções, especialmente entre os jovens e a população homossexual, graças à ausência do Estado no apoio a ações de prevenção para a população em geral e, em especial, para as populações mais vulneráveis. O controle social sobre as políticas públicas está severamente enfraquecido devido ao fechamento da maioria das ONGs e também pela obscura relação entre governo e setores da sociedade civil.

As co infecções com tuberculose e hepatites colaboram para a alta mortalidade e os efeitos colaterais dos medicamentos não recebem a devida atenção por parte dos gestores, ao passo que o Ministério da Saúde insiste em transferir o tratamento das pessoas com HIV para as enfraquecidas Unidades Básicas de Saúde. A AIDS não é mais notícia e em sua data mais emblemática, o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, virou nota de rodapé na mídia. Se quisermos atingir a previsão da ONU de que a epidemia estará sob controle em 2030, temos muito trabalho pela frente.

Será necessário rediscutir o modelo utilizado pelo país, que fez jus ao título de melhor programa do mundo e que hoje é referência em banalização, sendo que ao longo do tempo a AIDS foi perdendo status dentro do próprio Ministério, passando de um programa vinculado diretamente ao ministro para um departamento no terceiro escalão. É preciso reunir gestores, profissionais da saúde e sociedade civil para debater e, principalmente, deliberar ações que se tornam cada dia mais urgentes, no sentido de retomar a seriedade com que a AIDS deve ser combatida.

É imperativa a convocação da 1ª Conferência Nacional de AIDS, o único espaço com legitimidade para efetuar tal tarefa com abrangência e profundidade. É o momento certo de se retomar a contundência e ousadia que caracterizaram a luta contra a AIDS no Brasil no passado, sob pena de perdermos o controle sobre a epidemia e vermos ameaçado o próprio Sistema Único de Saúde.

CONFERÊNCIA NACIONAL DE AIDS, JÁ!

Beto Volpe


3 comentários:

  1. Beto achei super oportuno e maduro sua proposta. Está mais do que na hora de termos uma discussão nacional sobre Aid em nosso país. Necessitamos desse momento. Os espaços que temos hoje não estão dando conta da necessidade urgente que temos de repensar o enfrentamento da Aids em nosso país

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  2. NÃO PODEMOS DEIXAR QUE A AIDS RETORNE AOS PATAMARES DOS ANOS 80 (morte, dor e muito sofrimento). ESTA É UMA LUTA NÃO APENAS DAS PESSOAS VIVENDO E CONVIVENDO COM HIV/AIDS. É UMA IMPORTANTE LUTA, RESULTADO DA LUTA DA SOCIEDADE CIVIL, DO PODER JUDICIÁRIO E DE MUITOS HERÓIS, OS QUAIS NA DÉCADA DE 80/90 EXPUSERAM SUAS FACES NUMA LUTA PARA A CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA PIONEIRO NO MUNDO, O QUAL ATUALMENTE ESTÁ SENDO NEGLIGENCIADO PELO ESTADO BRASILEIRO, AFASTANDO DAS DECISÕES OS MAIORES "EXPERT'S" NO TEMA, OU SEJA OS PRÓPRIOS PORTADORES E OSC'S ESPECIALIZADAS NO TEMA E IDÔNEAS.

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