Artigo publicado na edição de hoje do jornal 'A Tribuna do Litoral Paulista' acompanhando reportagem sobre a decisão do STF. Apesar das alianças terem oxidado nesses anos todos, acho que ainda cabem em um par de dedos calejados..
Descrição da imagem: duas alianças nas cores do arco íris entrelaçadas.
“É como dizer: se o corpo se divide em partes, tanto quanto a alma se divide em princípios, o Direito só tem uma coisa a fazer: tutelar a voluntária mescla de tais partes e princípios numa amorosa unidade. Que termina sendo a própria simbiose do corpo e da alma de pessoas que apenas desejam conciliar pelo modo mais solto e orgânico possível sua dualidade personativa em um sólido conjunto, experimentando aquela nirvânica aritmética amorosa que Jean-Paul Sartre sintetizou na fórmula de que: na matemática do amor, um mais um... é igual a um”
Feliz o país que tem um ministro do Supremo Tribunal Federal que resgata a cidadania de milhões de brasileiros e brasileiras citando Sartre, Jung e Chico Xavier em seu voto.. O relator Senhor Ayres Britto nos deu a certeza da vitória já no início da sessão desta quinta feira e que se confirmou histórica pela unanimidade e por fundamentos como os expostos acima. O reconhecimento da união homo afetiva como ‘família’ resgata mais de cem direitos humanos que eram restritos à população heterossexual. E é um significativo passo rumo ao fim do preconceito e da discriminação que ainda vitima cruelmente tantos homossexuais, tantas lésbicas e travestis em nosso país.
Religiosos e bolsonaros de todo o país estão se revirando nas trevas em que vivem e proclamam o fim da família e da sociedade como a conhecemos. Fala-se muito da luta pelos direitos dos heterossexuais e que existe uma ditadura gay que ameaça, inclusive, nossas crianças com cartilhas nos colégios. Por mais repugnantes que sejam seus argumentos, essas pessoas são bem vindas, pois nos alertam que a vigilância constante é o preço da liberdade, como a própria Bíblia Sagrada diz. Sabemos que comportamentos não mudam com a simples adequação jurídica. A sociedade irá acompanhar a Lei na medida em que for mais esclarecida e sensível à convivência com o diferente.
Não é por acaso que o arco íris simboliza a luta pelos direitos da diversidade sexual. Ele é a prova natural, ou Divina, de que as diferenças, quando em sintonia, produzem resultados espetaculares. Para que isso se torne realidade, bem vinda seja essa vitória no STF que demonstrou em manchetes para todos os leitores, ouvintes e telespectadores do Brasil que somos uma população digna de respeito, pois que somos humanos e humanas como todos e todas os demais. E que não somos uma ameaça para a família convencional. Pelo contrário, acabamos de ser reconhecidos como família também. A família brasileira cresceu em sua diversidade. E na diversidade todos têm a ganhar.
Viva a Constituição! Viva a Família! Viva o Amor! Viva a Vida!
Beto Volpe
Homossexual, ativista e consultor em Direitos Humanos
Descrição da imagem: duas alianças nas cores do arco íris entrelaçadas.
“É como dizer: se o corpo se divide em partes, tanto quanto a alma se divide em princípios, o Direito só tem uma coisa a fazer: tutelar a voluntária mescla de tais partes e princípios numa amorosa unidade. Que termina sendo a própria simbiose do corpo e da alma de pessoas que apenas desejam conciliar pelo modo mais solto e orgânico possível sua dualidade personativa em um sólido conjunto, experimentando aquela nirvânica aritmética amorosa que Jean-Paul Sartre sintetizou na fórmula de que: na matemática do amor, um mais um... é igual a um”
Feliz o país que tem um ministro do Supremo Tribunal Federal que resgata a cidadania de milhões de brasileiros e brasileiras citando Sartre, Jung e Chico Xavier em seu voto.. O relator Senhor Ayres Britto nos deu a certeza da vitória já no início da sessão desta quinta feira e que se confirmou histórica pela unanimidade e por fundamentos como os expostos acima. O reconhecimento da união homo afetiva como ‘família’ resgata mais de cem direitos humanos que eram restritos à população heterossexual. E é um significativo passo rumo ao fim do preconceito e da discriminação que ainda vitima cruelmente tantos homossexuais, tantas lésbicas e travestis em nosso país.
Religiosos e bolsonaros de todo o país estão se revirando nas trevas em que vivem e proclamam o fim da família e da sociedade como a conhecemos. Fala-se muito da luta pelos direitos dos heterossexuais e que existe uma ditadura gay que ameaça, inclusive, nossas crianças com cartilhas nos colégios. Por mais repugnantes que sejam seus argumentos, essas pessoas são bem vindas, pois nos alertam que a vigilância constante é o preço da liberdade, como a própria Bíblia Sagrada diz. Sabemos que comportamentos não mudam com a simples adequação jurídica. A sociedade irá acompanhar a Lei na medida em que for mais esclarecida e sensível à convivência com o diferente.
Não é por acaso que o arco íris simboliza a luta pelos direitos da diversidade sexual. Ele é a prova natural, ou Divina, de que as diferenças, quando em sintonia, produzem resultados espetaculares. Para que isso se torne realidade, bem vinda seja essa vitória no STF que demonstrou em manchetes para todos os leitores, ouvintes e telespectadores do Brasil que somos uma população digna de respeito, pois que somos humanos e humanas como todos e todas os demais. E que não somos uma ameaça para a família convencional. Pelo contrário, acabamos de ser reconhecidos como família também. A família brasileira cresceu em sua diversidade. E na diversidade todos têm a ganhar.
Viva a Constituição! Viva a Família! Viva o Amor! Viva a Vida!
Beto Volpe
Homossexual, ativista e consultor em Direitos Humanos
Beto, querido... Que lindo texto você nos oferece. Como heterosexual casado com uma mulher linda, quero te dizer que eu e ela (nossa pequena família...), abraçamos você e todos os irmãos e irmãs homossexuais Brasil afora. A vida fica muito mais bonita quando não deixamos nenhuma cor de fora. Viva a diferença! Viva a alegria, viva o prazer de estar gostando de viver!
ResponderExcluirBETO...amigo se nós não tivermos Força e Coragem para enfrentar todas estas discussões, nada na vida vai mudar, temos que dar a cara a bater e não termos medo de nada, somos iguais a qualquer pessoa, somos humanos em primeiro lugar, só somos diferentes pela forma de VIVER A VIDA., COM GARRA.,com alegria, hoje vivo muinto mais minha vida que antes dos HIV., sou mais feliz em tudo, e vivo cada dia mais intensamente,só pensando no Prazer de VIVER A VIDAAaaaaa.!! A VIDA É BELA AME-A...VIVA-A... GABRIELA....
ResponderExcluirBeto, esta é mais uma vitória da nossa democracia, ainda em processo... Que o STJ continue agindo em prol da diversidade em nosso país!! Um grande abraço
ResponderExcluirMina