Descrição da imagem: perfil de cabeça vermelha, olho destacado com um quebra cabeças colorido onde deveria haver um cérebro. Fonte: 3.bp.blogspot.com
Uma vez mais pipocam alertas de falta de medicamentos do coquetel em várias regiões do país, comprometendo a vida das pessoas com HIV.. Uma vez mais o governo federal emite uma nota técnica recomendando sua substituição para adequar o tratamento de milhares de pessoas às sempre surpreendentes necessidades do Estado. Uma vez mais a resposta da sociedade civil organizada é burocratizada por lideranças mais preocupadas com o formato do que com a essência da luta. E, uma vez mais, o diretor do Departamento Nacional de DST/AIDS/HVs surpreende e diz que ‘"falar isso (que a falta de medicamentos teria virado rotina) de um programa que distribui 20 remédios para pacientes de todo o País é quase uma provocação.".
Doutor Greco, o senhor nem parece o mesmo gestor que há tão pouco tempo igualmente surpreendeu e deu um sonoro puxão de orelhas na sociedade civil, a qual o senhor julgara ‘acomodada’ em relação ao controle social de políticas públicas em AIDS no país, opinião à época compartilhada pela UNAIDS do Brasil. Nem parece o mesmo técnico que garantiu que os problemas de desabastecimento faziam parte do passado e que já haviam sido solucionados com a aquisição de estoques estratégicos de medicamentos. E novamente o Ministério da Saúde afronta as pessoas que vivem com HIV e os profissionais envolvidos em seus tratamentos com problemas nos estoques do Atazanavir, Saquinavir e Didanozina, utilizados por cerca de 40 mil pessoas em todo o Brasil.
Só não afronta algumas lideranças do movimento nacional de luta contra a AIDS e não é de hoje. Vale lembrar que em junho do ano passado, ao final de um longo desabastecimento de diversos medicamentos, houve manifestação na abertura do Congresso Nacional de Prevenção em Brasília, manifestação essa considerada ofensiva pelo (sic) representante das pessoas com HIV para o evento e por diversas ‘lideranças’ através de furtivos olhares por detrás dos pilares do Auditório Ulysses Guimarães. Vale também recordar que as redes de pessoas com HIV não redigiram qualquer manifesto formal, ao contrário de outras redes presentes ao congresso. Tais quais os três macaquinhos, taparam os olhos, os ouvidos e especialmente a boca, compactuando com o então ministro Temporão de que havíamos sido ‘mal educados’ e que a manifestação teria sido inapropriada.
E agora, além de mal educados, os que se atrevem a se indignar são considerados provocadores. Não era isso que o doutor queria? Que a sociedade civil fosse incômoda ou invés de acomodada? Ou agora o senhor está a fazer média com o novo chefe e ao repetir os mesmos equívocos do passado nem satisfações nos dá, apenas diz que "Não há uma justificativa única. Foi uma junção de atrasos, problemas que foram se somando". Lamento discordar, doutor Greco, mas há uma única justificativa, sim, que aglutina e potencializa todos os fatores que ocasionam essa sucessão de desastres: a incompetência. Incompetência em administrar uma logística que está implantada há 15 anos no país e em dar tranqüilidade aos cidadãos brasileiros que dela dependem para viverem suas vidas.
Este ano temos os encontros políticos do movimento. A sociedade civil organizada em AIDS terá a árdua missão em decidir se é acomodada ou provocadora. Se existe para soar vuvuzelas ou para tapar o sol com as próprias mãos.
Doutor Greco, o senhor nem parece o mesmo gestor que há tão pouco tempo igualmente surpreendeu e deu um sonoro puxão de orelhas na sociedade civil, a qual o senhor julgara ‘acomodada’ em relação ao controle social de políticas públicas em AIDS no país, opinião à época compartilhada pela UNAIDS do Brasil. Nem parece o mesmo técnico que garantiu que os problemas de desabastecimento faziam parte do passado e que já haviam sido solucionados com a aquisição de estoques estratégicos de medicamentos. E novamente o Ministério da Saúde afronta as pessoas que vivem com HIV e os profissionais envolvidos em seus tratamentos com problemas nos estoques do Atazanavir, Saquinavir e Didanozina, utilizados por cerca de 40 mil pessoas em todo o Brasil.
Só não afronta algumas lideranças do movimento nacional de luta contra a AIDS e não é de hoje. Vale lembrar que em junho do ano passado, ao final de um longo desabastecimento de diversos medicamentos, houve manifestação na abertura do Congresso Nacional de Prevenção em Brasília, manifestação essa considerada ofensiva pelo (sic) representante das pessoas com HIV para o evento e por diversas ‘lideranças’ através de furtivos olhares por detrás dos pilares do Auditório Ulysses Guimarães. Vale também recordar que as redes de pessoas com HIV não redigiram qualquer manifesto formal, ao contrário de outras redes presentes ao congresso. Tais quais os três macaquinhos, taparam os olhos, os ouvidos e especialmente a boca, compactuando com o então ministro Temporão de que havíamos sido ‘mal educados’ e que a manifestação teria sido inapropriada.
E agora, além de mal educados, os que se atrevem a se indignar são considerados provocadores. Não era isso que o doutor queria? Que a sociedade civil fosse incômoda ou invés de acomodada? Ou agora o senhor está a fazer média com o novo chefe e ao repetir os mesmos equívocos do passado nem satisfações nos dá, apenas diz que "Não há uma justificativa única. Foi uma junção de atrasos, problemas que foram se somando". Lamento discordar, doutor Greco, mas há uma única justificativa, sim, que aglutina e potencializa todos os fatores que ocasionam essa sucessão de desastres: a incompetência. Incompetência em administrar uma logística que está implantada há 15 anos no país e em dar tranqüilidade aos cidadãos brasileiros que dela dependem para viverem suas vidas.
Este ano temos os encontros políticos do movimento. A sociedade civil organizada em AIDS terá a árdua missão em decidir se é acomodada ou provocadora. Se existe para soar vuvuzelas ou para tapar o sol com as próprias mãos.
Resta-nos apenas, e mais uma vez, aplaudir o Betão, e torcer para que as tão esperadas medidas pra lá de necessárias quanto ao Depto Nacional de DST/AIDS sejam tomadas pelo novo ministro.
ResponderExcluirE VIVA A VUVUZELA !!!!
Beijos,
Cláudio
Espero do fundo do coração que não queiram tapar o sol com as próprias mãos. Boa sorte!
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