Pessoal, não é falta de criatividade, não. Mas nesta Semana Internacional da Mulher reedito um artigo meu de julho do ano passado, justamente por nada haver mudado, ao contrário. É só trocar os nomes para Lavínias, Vanessas, Marias de toda sorte. Lamentavelmente não dá para celebrar um feliz dia das mulheres... Mas é de desejar o fortalecimento daquelas e daqueles que atuam em área tão traumatizante como a da violência contra a mulher. Muitas felicidades a todas e todos que atuam nessa luta, para que um dia possamos dizer:
Feliz Dia Internacional da Mulher!!!
Beto Volpe
Descrição da imagem: mulher sentada no chão de uma calçada, com os braços ao redor das pernas, cabeça abaixada, cabelo cobrindo todo o rosto, foto em branco e preto.
Está atrasado quem pensa que o mundo está mudando. Ele já mudou. É outro, completamente diferente, com tantas inovações que sequer imaginávamos desfrutar. Quem é de minha época lembra que somente o Capitão Kirk e a tripulação da Enterprise usavam telefones portáteis do tamanho da palma de suas mãos. O desejo Divino de união da raça humana teve um grande reforço com a rede mundial de computadores e todos os benefícios dela advindos. Mas algumas coisas parecem não mudar ou as mudanças estão acontecendo em ritmo muito mais lento do que a ciência. A vulnerabilidade da mulher nas relações afetivas é uma das mais tristes constatações de que vivemos um admirável mundo velho. Um mundo onde os avanços tecnológicos nos permitem ter a real noção do quanto ainda guardamos dos tempos da barbárie.
Os noticiários do país não conseguem mudar de pauta. São Eloás, Mércias e Elizas que diariamente inundam nossas vidas de tristeza e, a despeito dos valores envolvidos, encontraram no amor um cruel caminho para seu fim. Cruel porque esse caminho teve a traição e a violência como principais características, seja ao mantê-las confinadas em um apartamento sob a mira de um revólver, seja covardemente lançando o carro em uma represa, seja ardilosamente propondo um acordo para uma suposta paternidade. E a morte trágica e solitária como destino comum.
Não há como negar que mudanças aconteceram no âmbito social. Maria da Penha mostrou o caminho e hoje muitas mulheres se valem de diversos recursos para que seus direitos como seres humanos sejam respeitados por quem vive ou viveu a seu lado. A livre manifestação de pensamentos continua sendo a maior aliada para a expansão e garantia desses direitos, mas algo mais mudou. O TER parece ter vencido a batalha contra o SER. Não importa o que eu seja, importa ter meus desejos satisfeitos. E se o outro estiver no caminho deles, é natural que eu passe por cima desse outro da forma como for mais conveniente para mim. Eu tenho uma namorada. Eu tenho mulher e filhos. Eu tenho. E já que tudo me pertence, é meu direito dispor e descartar quando eu bem entender.
Os noticiários do país não conseguem mudar de pauta. São Eloás, Mércias e Elizas que diariamente inundam nossas vidas de tristeza e, a despeito dos valores envolvidos, encontraram no amor um cruel caminho para seu fim. Cruel porque esse caminho teve a traição e a violência como principais características, seja ao mantê-las confinadas em um apartamento sob a mira de um revólver, seja covardemente lançando o carro em uma represa, seja ardilosamente propondo um acordo para uma suposta paternidade. E a morte trágica e solitária como destino comum.
Não há como negar que mudanças aconteceram no âmbito social. Maria da Penha mostrou o caminho e hoje muitas mulheres se valem de diversos recursos para que seus direitos como seres humanos sejam respeitados por quem vive ou viveu a seu lado. A livre manifestação de pensamentos continua sendo a maior aliada para a expansão e garantia desses direitos, mas algo mais mudou. O TER parece ter vencido a batalha contra o SER. Não importa o que eu seja, importa ter meus desejos satisfeitos. E se o outro estiver no caminho deles, é natural que eu passe por cima desse outro da forma como for mais conveniente para mim. Eu tenho uma namorada. Eu tenho mulher e filhos. Eu tenho. E já que tudo me pertence, é meu direito dispor e descartar quando eu bem entender.
E assim convivemos com situações que, de tão terríveis, nos parecem saídas de um filme de terror classe B, muito diferentes das perspectivas anunciadas pela série Jornada nas Estrelas. A diferença é que estamos dentro da tela e não mais na platéia. E, mesmo fazendo parte da produção, não estamos conseguindo mudar o final desse filme. Um filme que, de tantas vezes visto, passa perigosamente a fazer parte de nossa rotina. Assim como as viagens espaciais os telefones celulares, a internet e outras maravilhas de um mundo novo ainda nada admirável.
Beto Volpe
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