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Sou muito humorado. Se bem ou mal, depende da situação...

Em 1989 o HIV invadiu meu organismo e decretou minha morte em vida. Desde então, na minha recusa em morrer antes da hora, muito aconteceu. Abuso de drogas e consequentes caminhadas à beira do abismo, perda de muitos amigos e amigas, tratamentos experimentais e o rótulo de paciente terminal aos 35 quilos de idade. Ao mesmo tempo surgiu o Santo Graal, um coquetel de medicamentos que me mantém até hoje em condições de matar um leão e um tigre por dia, de dar suporte a meus pais que se tornaram idosos nesse tempo todo e de tentar contribuir com a luta contra essa epidemia que está sob controle.



Sob controle do vírus, naturalmente.



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Beto Volpe



terça-feira, 29 de março de 2011

Biografia sobre Gandhi o retrata como homossexual e xenófobo

Por essa nem aqueles que acreditam que o mundo é gay esperavam...

Beto Volpe



Descrição da imagem: fotografia de Gandhi


Washington, 28 mar (EFE).- Uma polêmica biografia sobre o ícone pacifista e líder independentista hindu, Mahatma Gandhi, o retrata como homossexual e ressalta seus supostos comentários xenófobos, entre outros aspectos desconhecidos, informa a imprensa local nesta segunda-feira. O livro, intitulado "Great Soul: Mahatma Gandhi and his struggle with Índia" (Uma grande alma: Mahatma Gandhi e sua luta com a Índia, na tradução), foi escrito por Joseph Lelyveld, antigo editor do "The New York Times". De acordo com alguns trechos da biografia divulgados nesta segunda-feira no "The Wall Street Journal", Gandhi estava profundamente apaixonado pelo fisioterapeuta alemão Hermann Kallenbach, pelo qual deixou sua esposa em 1908. Segundo os mesmos trechos, Gandhi escreve para Kallenbach: "Como tomaste completamente posse do meu corpo? Isto é uma verdadeira escravidão". Além disso, explica que seu retrato "é o único que tem na estante" de seu dormitório.


O casal, no entanto, se viu obrigado a se separar em 1914 quando, após o início da Primeira Guerra Mundial, Gandhi retornou à Índia, para onde Kallenbach não pôde viajar por ser alemão. Lelyveld cita outras cartas nas quais Gandhi faz Kallenbach prometer-lhe que não olharia "com luxúria para nenhuma mulher". Em outra carta de 1933, o líder da independência da Índia reiterava sua lembrança de Kallenbach ao escrever: "Sempre estás em minha mente". O livro de Lelyveld, quem ganhou o prestigioso prêmio Pulitzer de Jornalismo em 1986, também semeia dúvidas sobre o humanismo de Gandhi, ao destacar supostos comentários xenófobos e racistas durante os anos que passou na África do Sul no início do século XX. "Podíamos entender não estar classificados como os brancos, mas situar-nos no mesmo nível que os nativos sul-africanos era demais. Kaffirs (como são chamados os nativos negros da África do Sul) são por norma incivilizados. São problemáticos, muito sujos e vivem como animais", escreve Lelyveld na biografia de Gandhi.


Além disso, Gandhi era consciente da importância de suas declarações e exigia que os jornalistas "não utilizassem as palavras que tinham saído de sua boca, se não uma versão autorizada por ele próprio após a profunda e frequente revisão das transcrições". A obra de Lelyveld é fruto de seu trabalho como jornalista na Índia durante a década de 1960 e na África do Sul, onde trabalhou para o "The New York Times" nos anos 1980. A biografia que, segundo o "The Wall Street Journal", não deixa de mostrar uma profunda admiração por Gandhi, é equilibrada e procura apresentar uma visão mais humana do personagem, embora seja mais provável que decepcione seus admiradores.

2 comentários:

  1. No início do séc. XX os conceitos de raça e eugenia estavam em voga, e eram amplamente aceitos pela elite intelectual de então. Comentários como este de Gandhi, ou aqueles também de cunho racista proferidos por Monteiro Lobato devem ser vistos por este prisma e devidamente contextualizados, para não incorrermos em julgamentos precipitados.

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  2. Tb acho, mas a missão do blog é problematizar as coisas... Mas que deu uma baita vontade de ler o livro, deu. Abraço!

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