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Sou muito humorado. Se bem ou mal, depende da situação...

Em 1989 o HIV invadiu meu organismo e decretou minha morte em vida. Desde então, na minha recusa em morrer antes da hora, muito aconteceu. Abuso de drogas e consequentes caminhadas à beira do abismo, perda de muitos amigos e amigas, tratamentos experimentais e o rótulo de paciente terminal aos 35 quilos de idade. Ao mesmo tempo surgiu o Santo Graal, um coquetel de medicamentos que me mantém até hoje em condições de matar um leão e um tigre por dia, de dar suporte a meus pais que se tornaram idosos nesse tempo todo e de tentar contribuir com a luta contra essa epidemia que está sob controle.



Sob controle do vírus, naturalmente.



Aproveite o blog!!!



Beto Volpe



sábado, 15 de março de 2014

A hora do extermínio


Na edição desta sexta feira do Big Bullshit Brasil, houve uma conversa que tinha tudo para ser instigante e produtiva, uma vez que ainda existem muita gente que vê esse programa. Um dos participantes até que superou as expectativas, se levarmos em consideração o perfil dos que estão na tal nave louca:

"O que o governo gasta com remédios para os portadores de Aids, se ele gastasse apenas três vezes mais, em 40 anos acabava a Aids no mundo", dizia o gaúcho. "Porque daria remédio para todas as pessoas. Quem já tem, geralmente não dura mais de 40 anos, falecem, e a Aids acaba."

Olha aí, o gaúcho até que se saiu bem, é sabido que o tratamento universal é um grande auxiliar na prevenção a novas infecções e, em tese, poderia reduzir a epidemia a pequenos focos. Mas aí escorrega no chutômetro e diz que quem já tem AIDS não dura mais que quarenta. Eu tenho 25 anos desde que descobri minha condição de HIV+ e espero que ele esteja certo, pretendo viver, ao menos, mais uns quinze. Vamos dar o desconto por ele ser muito gato e caras muito gatos normalmente não chegariam nem na primeira frase. Aí veio a advogada paulista Ângela Munhoz que, trajando sua beca de gala, sentenciou:

"Vamos matar todo mundo"

E não é que a dotôra descobriu a solução final para todos os problemas? Quer dizer, ela acha que descobriu porque a história de tudo e de todos vem sendo jogada pelo ralo há muito tempo. Isso já acontecem através de Adolf, o Hitler, quando foi nomeado chanceler alemão em 1933 e aquilo não deu lá muito certo, vamos convir. Mas, quem sabe, nessa era de conveniências, isso poderia funcionar?

Os homofóbicos e fundamentalistas religiosos teriam o direito de matar e esfolar todos os homossexuais, lésbicas e travestis em defesa da família e da moral cristãs, enquanto que os 'humanos direitos' poderiam humilhar, espancar e até matar aqueles que afrontam a lei, uma vez que nossa Justiça é falha e morosa. Pessoas com moléstias de difícil manejo, assim como as pessoas com deficiência, também poderiam ser eliminadas, pois, segundo a filosofia da dotôra, são um peso para suas famílias e para a sociedade. E o que dizer dos idosos? Poderíamos fazer como no filme Fuga do Século XXIII, onde as pessoas eram eliminadas aos 30 anos de idade em nome do controle populacional.

Ou, quem sabe, resolvam matar todos os participantes de reality shows em nome do desenvolvimento intelectual de nossa civilização? Dar um final exemplar a essa excrecência, que permite que pessoas frias e vazias destilem seu preconceito em horário nobre e atinjam inúmeras pessoas que estão no corredor da morte, segundo a expert em direitos humanos e sustentabilidade.

Fala sério, dotôra, você pode contrair HIV aí mesmo, embaixo de algum edredon. Tenha a certeza de que esse é o revoltado desejo de muita gente que, além de ter AIDS, tem amor à vida, a mesma vida que a dotôra despreza.
Tão bonitinha, mas...

Beto Volpe

2 comentários:

  1. Beto, desde que ouvi este comentário insano proferido pela "dotora", que uma indignação tomou conta de mim, e enviei enes e-mail aos grupos de direitos humanos deste país pedindo uma cruzada contar este vil programa e a vénus platinada eles devem no minimo uma retratação publica, e muitas ações coletivas no ministério pulico federal.

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    1. Assim espero, querido. Como disse, encaminhei o assunto nos egrupos do movimento, do qual tô afastado por diversos motivos. Caso o movimento não ache pertinente, aí entrarão as ações individuais. Abração

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