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Sou muito humorado. Se bem ou mal, depende da situação...

Em 1989 o HIV invadiu meu organismo e decretou minha morte em vida. Desde então, na minha recusa em morrer antes da hora, muito aconteceu. Abuso de drogas e consequentes caminhadas à beira do abismo, perda de muitos amigos e amigas, tratamentos experimentais e o rótulo de paciente terminal aos 35 quilos de idade. Ao mesmo tempo surgiu o Santo Graal, um coquetel de medicamentos que me mantém até hoje em condições de matar um leão e um tigre por dia, de dar suporte a meus pais que se tornaram idosos nesse tempo todo e de tentar contribuir com a luta contra essa epidemia que está sob controle.



Sob controle do vírus, naturalmente.



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Beto Volpe



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Contágios por HIV têm queda de 33% no mundo desde 2001, diz Unaids

Há muito a questionar com relação a esses números. Primeiro, se está havendo uma redução tão significativa, por que a preocupação dos profissionais de saúde que relatam um número assustador de jovens entrando no serviço? Outra, a mortalidade não leva em  conta os óbitos por eventos adversos que, segundo estudo da UFRJ, mata mais que a AIDS. 
Beto Volpe
Descrição da imagem: camisinha sobreposta pelo laço vermelho.
O número de casos de transmissão por HIV caiu 33% em todo o mundo desde 2001, aponta o relatório anual 2013 do Programa das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids), divulgado em Genebra nesta segunda-feira (23).
A redução de contágios foi ainda mais acentuada entre crianças, com uma baixa de 52%.
Em números absolutos, foram registrados 2,3 milhões de transmissões em 2012, contra 3,4 milhões em 2001, segundo o documento da Unaids.
A tendência geral também é percebida na América Latina, com 86 mil novos casos registrados em 2012, contra 97 mil em 2001.
"O número anual de contágios por HIV continua caindo, com reduções mais importantes no caso das crianças", destacou o diretor executivo da Unaids, Michel Sidibe.
O relatório também ressalta os esforços para fornecer tratamento antirretroviral às mulheres grávidas soropositivas na tentativa de evitar a transmissão de HIV aos bebês. Graças a essas políticas, o mundo evitou a infecção de 670 mil crianças, calcula o documento.
No Brasil
O relatório da Unaids mostra ainda que, no Brasil, o total da população entre 15 e 49 anos contaminada com HIV não mudou entre 2001 e 2012, mantendo-se entre 0,4% e 0,5%. Em números absolutos, porém, houve um aumento de uma estimativa de 430 mil a 520 mil pessoas infectadas em 2001 para um intervalo de 530 mil a 660 mil no ano passado.

Já as mortes pelo vírus da Aids caíram no Brasil nesse período. Em 2001, entre 18 mil e 27 mil pessoas morreram pela doença, contra um intervalo de 11 mil a 19 mil em 2012 – uma queda de 30% até 39%, considerando-se as duas margens.
Entre os profissionais do sexo do país, 5,2% viviam com HIV em 2009, contra 4,9% em 2012. E a porcentagem de homens que relataram ter usado camisinha na última relação sexual anal que tiveram com outro homem subiu de 48% em 2009 para 60% em 2012. Além disso, 12,6% dos homens homossexuais brasileiros viviam com HIV em 2009, contra 10,5% em 2012.
O número de infectados pelo vírus da Aids entre pessoas que usam drogas injetáveis no país não se alterou: ficou em 5,9% em 2009 e 2012.
A Unaids também estima que entre 320 mil e 370 mil brasileiros adultos recebam ou precisem do tratamento antirretroviral.
América Latina, África e Ásia
Na América Latina, quase 15 mil mulheres soropositivas recebem tratamento antirretroviral para evitar a transmissão do vírus aos filhos, o que representa 83% das mulheres grávidas que vivem com HIV na região.

A probabilidade de uma mulher grávida soropositiva infectar o filho era de 31% em 2009 em todo o mundo, mas em 2012 o risco caiu para 9%. A meta global para 2015 é obter uma redução de 90% dos contágios entre as crianças, um objetivo possível, segundo a Unaids.
No final de 2012, quase 9,7 milhões de pessoas nos países de baixa e média rendas tinham acesso aos antirretrovirais, um aumento de 20% na comparação com 2011. O objetivo fixado pela ONU para 2015 é levar o tratamento do HIV a 15 milhões de pessoas nos países mais pobres.
"Não apenas estamos em condições de alcançar esse objetivo, mas temos que ir além: ter a visão e o compromisso de que não estamos deixando ninguém para trás", afirmou o diretor da Unaids no documento.
Essa meta pode parecer ambiciosa, levando em consideração os recursos financeiros disponíveis. Isso porque as doações internacionais permanecem estagnadas desde 2008 em consequência da crise econômica. Apesar disso, a verba destinada ao combate ao HIV nos países mais afetados tem aumentado nos últimos anos.
O total de recursos disponíveis para o HIV em 2012 alcançou US$ 18,9 bilhões (R$ 41,7 bilhões). E a ONU espera elevar a quantia a US$ 24 bilhões (R$ 53 bilhões) em 2015.
"Se não pagarmos hoje, pagaremos mais tarde, pagaremos para sempre", advertiu Sidibe.
Segundo estimativas da Unaids, em 2012 havia 35,3 milhões de pessoas vivendo com o HIV. Desde o início da pandemia, 75 milhões de pessoas contraíram a infecção.
A África Subsaariana é a região com mais infectados por HIV no mundo: 25 milhões de pessoas, sendo 2,9 milhões crianças, e também com o maior número de novas infecções em 2012 – 1,6 milhão de pessoas (230 mil crianças) – e de mortes relacionadas com a doença – quase 1,2 milhão.
Em seguida, aparece a região do Sudeste Asiático, com 3,9 milhões de infectados pelo HIV (200 mil crianças). A América Latina tem 1,5 milhão de infectados (40 mil crianças), enquanto Europa e a América do Norte registram 1,3 milhão de infectados cada.

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