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Sou muito humorado. Se bem ou mal, depende da situação...

Em 1989 o HIV invadiu meu organismo e decretou minha morte em vida. Desde então, na minha recusa em morrer antes da hora, muito aconteceu. Abuso de drogas e consequentes caminhadas à beira do abismo, perda de muitos amigos e amigas, tratamentos experimentais e o rótulo de paciente terminal aos 35 quilos de idade. Ao mesmo tempo surgiu o Santo Graal, um coquetel de medicamentos que me mantém até hoje em condições de matar um leão e um tigre por dia, de dar suporte a meus pais que se tornaram idosos nesse tempo todo e de tentar contribuir com a luta contra essa epidemia que está sob controle.



Sob controle do vírus, naturalmente.



Aproveite o blog!!!



Beto Volpe



sexta-feira, 18 de maio de 2012

Prêmio Limão Palmatoadas*


Pessoal, interessante iniciativa dos amigos e amigas de Portugal, que elaboraram uma lista dos mais homofóbicos d'além mar. É uma forma contundente de dar visibilidade às ações dessas 'personalidades' e, com um toque de humor, pode ser um grande auxílio na desconstrução de seus argumentos.
* Palmatoada: pancada com palmatória, antigo método de correção infanto-juvenil nas palmas das mãos.
BV

Os mais homofóbicos em Portugal

As seguintes organizações LGBT e gay friendly, do Continente e da Região Autónoma dos Açores, Pride Azores, Free Zone informação alternativa, Diversity, Rede Positivo (grupo virtual de pessoas vivendo com HIV, do qual foi extraído este conteúdo), e Opus Gay juntaram-se para decidir no "Dia Internacional contra a Homofobia", 17 de Maio, quais as personalidades que mais se distinguiram pela negativa nestes últimos anos, até a 2012, na perseguição ideológica contra os LGBT, pela intolerância contra a Diversidade, e pela sua homofobia, contra a Cidadania. As referidas organizações são simultaneamente LGBT, gay friendly e heteros, resolveram criar por isso o "Prémio Limão-Palmatoadas", para lutarem contra estas posições diletantes na sociedade portuguesa.

A presença das gay friendy, nesta parceria pretende chamar a atenção das mulheres e homens heteros, para que assumam, como estas organizações, que esta luta é de todos, por ser pelos Direitos Humanos, e não exclusivamente dos LGBT. Quanto mais inclusivas são as sociedades, mais produtivas e mais felizes são os seus cidadãos.

Por esta razão as entidades que queremos denunciar hoje perante opinião publica portuguesa, são pessoas que o merecem devido à sua perseguição sistemática aos LGBT e à sua falta de respeito por este grupo social, que pretendem exorcizar, ou manter na invisibilidade.

Através das suas atitudes, dos seus discursos, ou escritos , demonstraram larga e consistentemente os seus preconceitos ideológicos, a sua intolerância, ignorância , e a sua pertinácia para impedir ama assunção da Cidadania plena por uma minoria social substancialmente importante e de pleno direito e que são os LGBT, e que muito sofrem, há centenas de anos por causa da homofobia e intolerância reinante nas aldeias e cidades de Portugal.

Decidimos este ano que as entidades que estão na contra corrente da Modernidade, e da Historia, e por isso devem ser denunciadas e vão receber o "Prémio Limão Palmatoadas" são as seguintes:

alt1- Em primeiro lugar o Deputado Açoriano Pedro Medina do CDS-PP-AÇORES, que se proclama sempre a favor dos açorianos, mas só os que não são LGBT! Num requerimento entregue no Parlamento Açoriano, Pedro Medina evoca pretensas razões culturais, sociais e até religiosas para criticar a disponibilidade do executivo socialista regional em patrocinar o primeiro evento regional LGBT, o primeiro Gay Pride dos Açores que se vai realizar em Setembro em S. Miguel. Pretende assim impedir a visibilidade e manter o sofrimento psicológico em que têm vivido desde sempre os lgbt açorianos.

alt 2- Isilda Pegado. Esta Deputada do PSD lançou uma petição para rever as chamadas “leis fracturantes de Sócrates”.
A presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV) pretende a todo o custo lançar uma petição para que sejam revistas as chamadas "leis fracturantes" aprovadas nos últimos anos pelos ex-governos de José Sócrates. Nessa altura promoveu em Lisboa manifestações e
procissões, para convencer a opinião publica do acerto das suas posições, sem sucesso.
Em causa diz, estão as leis da reprodução artificial, interrupção voluntária da gravidez, divórcio, EDUCAÇAO SEXUAL , CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO e MUDANÇA DE NOME E SEXO. Estes seis diplomas são os alvos da petição a ser lançada no congresso da FPV. “É altura de as mudar, é altura de olharmos para a destruição que elas têm causado na sociedade”, afirmou então Isilda Pegado num debate da Rádio Renascença.
É claro que pretende de qualquer maneira impedir a Cidadania dos lgbt e promover também a sua invisibilidade social.
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3- Segue-se José António Saraiva, director do conhecido semanário "Sol" autor do artigo "Homossexuais Contestatários" onde diz que "a homossexualidade é uma moda", transformando assim a orientação sexual das pessoas numa "moda", confundindo orientação sexual com "opção", ressaltando como o justo testemunho de um ser reprodutor – porque heterossexual, claro está – a tentar passar os seus preconceitos pessoais às gerações seguintes e vindouras. Esta atitude é tanto mais grave quanto se trata do director de um jornal prestigiado, e portanto difusor de ideias, que, como manda o seu código deontológico, não deveria tentar formar, mas apenas informar. Se fosse noutro país teria sido demitido, ou teria de apresentar escusas públicas, pelos disparates publicados.

4- José Marques Teixeira, psiquiatra. A 2 de Maio, num artigo de um jornal, o Presidente do Colégio de Psiquiatria da OM, José Marques Teixeira, considerava que pode ser possível dar resposta a um homossexual que pede ajuda médica para mudar de orientação sexual.
Várias organizações solicitaram ao bastonário que se pronunciasse, ao mesmo tempo que o psiquiatra Daniel Sampaio promoveu a petição que teve 780 assinaturas exigindo também uma clarificação da Direcção da Ordem e "uma tomada de posição do Colégio da Especialidade de Psiquiatria".
Do Colégio de Psiquiatria ainda não houve "tomada de posição técnica" - sob o pretexto que José Marques Teixeira falara "a título pessoal". O bastonário respondeu às organizações, por escrito, a 14 de Maio e considera que alterar a orientação sexual de "um doente não constitui uma violação ética".

Recordamos que, cientificamente, desde 1973, a homossexualidade não é considerada doença. Em Portugal a HOMOSSEXUALIDADE não é crime desde 1986 e a HOMOFOBIA é criminalizada (discursos de ódio) desde 2007.

Contudo, continuamos a assistir a discursos de ódio, que permanecem latentes como politicamente correctos na sociedade portuguesa, desinformada e formatada pelo discurso hetero-sexista, e pela herança machista dos tempos de Salazar, sempre acolitada pelas posições retrógradas, das várias religiões monoteístas.

Algumas notícias sobre esta iniciativa:

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