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Sou muito humorado. Se bem ou mal, depende da situação...

Em 1989 o HIV invadiu meu organismo e decretou minha morte em vida. Desde então, na minha recusa em morrer antes da hora, muito aconteceu. Abuso de drogas e consequentes caminhadas à beira do abismo, perda de muitos amigos e amigas, tratamentos experimentais e o rótulo de paciente terminal aos 35 quilos de idade. Ao mesmo tempo surgiu o Santo Graal, um coquetel de medicamentos que me mantém até hoje em condições de matar um leão e um tigre por dia, de dar suporte a meus pais que se tornaram idosos nesse tempo todo e de tentar contribuir com a luta contra essa epidemia que está sob controle.



Sob controle do vírus, naturalmente.



Aproveite o blog!!!



Beto Volpe



quinta-feira, 20 de junho de 2013

Projeto de 'cura gay' está na Comissão de Seguridade Social e Família

Pessoal querido, o deputado federal Marco Feliciano, o Nefasto, conseguiu a aprovação do projeto de 'cura gay' que agora está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal. Conclamo a todos os gays, lésbicas, bissexuais e travestis a encaminharem pedido de informações sobre aposentadoria.
Beto Volpe
 
 
Comissão de Seguridade Social e Família - CSSF

Presidente: Dr. Rosinha (PT/PR)
1º Vice-Presidente: Geraldo Resende (PMDB/MS)
2º Vice-Presidente: Antonio Brito (PTB/BA)
3º Vice-Presidente: Rogério Carvalho (PT/SE)
TITULARES SUPLENTES
PT
Benedita da Silva PT/RJ (Gab. 330-IV) Amauri Teixeira PT/BA (Gab. 237-IV)
Dr. Rosinha PT/PR (Gab. 474-III) Assis Carvalho PT/PI (Gab. 909-IV)
Fernando Marroni PT/RS (Gab. 312-IV) Erika Kokay PT/DF (Gab. 203-IV)
Nazareno Fonteles PT/PI (Gab. 640-IV) Henrique Fontana PT/RS (Gab. 256-IV)
Padre João PT/MG (Gab. 743-IV) Padre Ton PT/RO (Gab. 280-III)
Rogério Carvalho PT/SE (Gab. 641-IV) (Deputado do PSB ocupa a vaga)
PMDB
André Zacharow PMDB/PR (Gab. 238-IV) Danilo Forte PMDB/CE (Gab. 384-III)
Colbert Martins PMDB/BA (Gab. 456-IV) - vaga do PSB Elcione Barbalho PMDB/PA (Gab. 919-IV)
Darcísio Perondi PMDB/RS (Gab. 518-IV) - vaga do PR Íris de Araújo PMDB/GO (Gab. 530-IV)
Geraldo Resende PMDB/MS (Gab. 905-IV) (Deputado do Bloco PV, PPS ocupa a vaga)
Nilda Gondim PMDB/PB (Gab. 833-IV) (Deputado do PSB ocupa a vaga)
Osmar Terra PMDB/RS (Gab. 927-IV)
Saraiva Felipe PMDB/MG (Gab. 429-IV)
PSDB
Bruna Furlan PSDB/SP (Gab. 836-IV) João Campos PSDB/GO (Gab. 315-IV)
Eduardo Barbosa PSDB/MG (Gab. 540-IV) Raimundo Gomes de Matos PSDB/CE (Gab. 725-IV)
Mara Gabrilli PSDB/SP (Gab. 226-IV) Walter Feldman PSDB/SP (Gab. 242-IV)
Marcus Pestana PSDB/MG (Gab. 715-IV) William Dib PSDB/SP (Gab. 304-IV)
PSD
Dr. Paulo César PSD/RJ (Gab. 904-IV) Geraldo Thadeu PSD/MG (Gab. 248-IV)
Eleuses Paiva PSD/SP (Gab. 658-IV) Jefferson Campos PSD/SP (Gab. 346-IV)
(Deputado do Bloco PV, PPS ocupa a vaga) Liliam Sá PSD/RJ (Gab. 434-IV)
(Deputado do PCdoB ocupa a vaga) Silas Câmara PSD/AM (Gab. 532-IV)
PP
José Linhares PP/CE (Gab. 860-IV) Cida Borghetti (*) PP/PR *
Pedro Henry PP/MT (Gab. 829-IV) Iracema Portella PP/PI (Gab. 924-IV)
Toninho Pinheiro PP/MG (Gab. 584-III) Luiz Argôlo PP/BA (Gab. 643-IV)
PR
Francisco Floriano PR/RJ (Gab. 719-IV) Anderson Ferreira PR/PE (Gab. 272-III)
(Deputado do PRP ocupa a vaga) Gorete Pereira PR/CE (Gab. 206-IV)
(Deputado do PMDB ocupa a vaga) (Deputado do PTdoB ocupa a vaga)
PSB
Alexandre Roso PSB/RS (Gab. 742-IV) Dr. Ubiali PSB/SP (Gab. 560-IV) - vaga do PT
(Deputado do PMDB ocupa a vaga) Pastor Eurico PSB/PE (Gab. 369-III) - vaga do PMDB
Paulo Foletto PSB/ES (Gab. 839-IV)
Sandra Rosado PSB/RN (Gab. 650-IV)
DEM
Lael Varella DEM/MG (Gab. 721-IV) Luiz de Deus DEM/BA (Gab. 939-IV)
Mandetta DEM/MS (Gab. 577-III) (Deputado do PTB ocupa a vaga)
PDT
Dr. Jorge Silva PDT/ES (Gab. 383-III) Paulo Rubem Santiago PDT/PE (Gab. 423-IV)
Manato PDT/ES (Gab. 313-IV) Sueli Vidigal PDT/ES (Gab. 812-IV)
PTB
Antonio Brito PTB/BA (Gab. 479-III) Arnaldo Faria de Sá PTB/SP (Gab. 929-IV)
Walney Rocha PTB/RJ (Gab. 644-IV) - vaga do DEM
Bloco PV, PPS
Carmen Zanotto PPS/SC (Gab. 503-IV) - vaga do PSD Henrique Afonso PV/AC (Gab. 440-IV) - vaga do PMDB
Rosane Ferreira PV/PR (Gab. 454-IV) Roberto de Lucena PV/SP (Gab. 235-IV)
PSC
Lauriete PSC/ES (Gab. 223-IV) Pastor Marco Feliciano PSC/SP (Gab. 254-IV)
PCdoB
Jandira Feghali PCdoB/RJ (Gab. 622-IV) - vaga do PSD Jô Moraes PCdoB/MG (Gab. 322-IV)
João Ananias PCdoB/CE (Gab. 303-IV)
PRB
Jhonatan de Jesus PRB/RR (Gab. 535-IV) Vitor Paulo PRB/RJ (Gab. 422-IV)
PTdoB
Rosinha da Adefal PTdoB/AL (Gab. 230-IV) - vaga do PR
PRP
Chico das Verduras PRP/RR (Gab. 729-IV) - vaga do PR

Secretário(a): Lin Israel Costa dos Santos
Local: Anexo II, Pav. Superior, Ala A, sala 145
Telefones: 3216-6787 / 6781 A 6786
FAX: 3216-6790
(*) = deputado(a) não está no exercício do mandato

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Movimento Aids, em peso, suspende participação na CNAIDS - Comissão Nacional de AIDS

Pessoal querido, é com muito orgulho que compartilho nota do Movimento Nacional de Luta contra a AIDS suspendendo sua participação em um importante espaço de articulação. Sem nossa participação ele perde a legitimidade, afinal, PADILHA NÃO NOS REPRESENTA!!!
Beto Volpe
 

Descrição da imagem: foto do ministro acenando com uma caneta na mão, espera-se que um dia assine sua renúncia. E sobrepondo-a, os dizeres: Vai pra casa, Padilha! Criação do Fórum de ONG/AIDS SP

 
Ao
Exmo. Sr.
Alexandre Padilha
Ministro de Estado da Saúde  - Ministério da Saúde – Brasilia/DF
17 de Junho de 2013.
Prezado Senhor Ministro da Saúde,
Vimos através desta expor nossa insatisfação em relação a atitude do Ministério da Saúde de, mais uma vez, vetar uma campanha de prevenção às DST e AIDS e com isso negligenciar as especificidades das identidades de populações de maior vulnerabilidade para o HIV.
 
Nós, ativistas e defensores dos direitos humanos, somos contra todas as formas de violação de direitos e sabemos que políticas públicas de saúde eficazes e de qualidade não podem ser efetivas se não tratam também das questões das populações de maior vulnerabilidade. Vemos essa atitude do Ministério da Saúde como um desrespeito aos princípios do SUS.  Consideramos que:
 
- O diálogo entre o governo e a sociedade civil tem se tornado cada vez mais verticalizado e fragilizado. Habitualmente as sugestões do movimento social são desconsideradas;
 - Nossas críticas têm se acumulado no último ano frente a uma política de AIDS desgastada e desatualizada perante as mudanças ocorridas nas últimas décadas;
- Repetidamente o Conselho Nacional de Saúde foi desrespeitado pelo Senhor. Mas uma censura neste contexto é inaceitável; 
- Lamentamos o impacto que as decisões arbitrárias do governo tem causado as políticas de Aids, inclusive fragilizando o controle social voltado para as políticas públicas de Saúde;
- Nos causa indignação que, especialmente o Ministério da Saúde sofra influências externa de grupos fundamentalistas religiosos, conforme várias evidências apresentadas por lideranças religiosas e de notícias na mídia que nunca sequer foram refutadas.
 
Diante das considerações acima, nós representantes do Movimento Nacional de Luta Contra Aids na CNAIDS (Comissão Nacional de DST e AIDS do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde) vimos informar nossa suspensão temporária das reuniões da Comissão enquanto não for aberto canal de diálogo baseado no respeito mútuo, nos princípios que regem o SUS e no respeito aos direitos humanos. Observamos grande fragilidade do Ministério da Saúde enquanto condutor da Política de Saúde, principalmente no que diz respeito à Aids.
 
Subscrevem esse documento todo/as representantes do Movimento Nacional de Luta Contra Aids na CNAIDS:
Antonio Ernandes Marques Costa (Região Norte);
Claudio Pereira (Região Sudeste)
Dario Sergio Rosa (Região Sudeste)
Elifrank Ferreira Moris (Região Centro Oeste);
Evalcilene Santos (Região Norte);
Fabio Ribeiro (Região Nordeste)
Heliana Moura (MNCP - Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas)
Hugo Soares (RNJVHA – Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV e Aids)
Jair Brandão de Moura Filho (Região Nordeste)
José Marcos Fontes (RNP+ - Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids)
Maiquel da Fonseca Fouchy (Região Sul)
Roberto Pereira (Região Sudeste)
Simoni Bittencourt (RNP+ - Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids)
Sueli Alves Barbosa Camisasca (Região Sudeste)
Wilson Urbano (Região Sul)

segunda-feira, 10 de junho de 2013

NOTA DOS COORDENADORES DE PROGRAMAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS DE CONTROLE DO HIV AIDS NO BRASIL SOBRE A RETIRADA DA CAMPANHA “SEM VERGONHA DE USAR A CAMISINHA”

Pessoal, compartilho com vocês nota subscrita por diversos coordenadores estaduais e municipais de DST/AIDS de todo o Brasil sobre o vergonhoso e mais recente episódio de censura no Ministério da Saúde. Os gestores já se posicionaram, falta a sociedade civil tomar uma atitude à altura do desrespeito com que a luta contra a epidemia de AIDS vem sendo tratada.
Beto Volpe
 
Descrição da imagem: close na boca de um homem que está sendo fechada por um zíper.
 
NOTA DOS COORDENADORES DE PROGRAMAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS DE CONTROLE DO HIV AIDS NO BRASIL SOBRE A RETIRADA DA CAMPANHA “SEM VERGONHA DE USAR A CAMISINHA”
A epidemia da infecção pelo HIV constitui-se um fenômeno global e dinâmico determinada por fatores epidemiológicos e sócio-comportamentais compatíveis com as características de cada sociedade.No Brasil, a epidemia tem se mostrado de uma forma concentrada em alguns grupos populacionais expostos a um maior risco de infecção pelo HIV, dentre os quais se encontram os homens que fazem sexo com homens, os usuários de drogas e as (os ) profissionais do sexo. 
Os importantes esforços adotados ao longo de mais de três décadas de enfrentamento da AIDS no país ainda não se mostraram suficientes para alterar este cenário epidemiológico que se associa a grande carga de estigma e preconceito sobre algumas populações, sobretudo as mais excluídas, o que colabora fortemente para as profundas desigualdades da sociedade brasileira.
Os Programas Estaduais e Municipais vinculados as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, de diversas regiões do país, inconformados com a retirada da campanha “Sem vergonha de usar camisinha” que marcava o Dia Internacional das Prostitutas, através desta nota, manifestar sua preocupação com a restrição de campanhas de informação à sociedade em geral sobre os fatores que aumentam a vulnerabilidade desses segmentos populacionais específicos, entre elas as profissionais do sexo.
 Entendemos que essas informações devam ser transmitidas de forma clara e direta, com objetivo de contribuir não só para reduzir a ignorância frente à diversidade humana, mas sobretudo, para diminuir riscos à saúde e garantir direitos a todos os cidadãos brasileiros.  Esta população apresenta alta prevalência (6%) de infecção pelo HIV, comparada a população geral (0.42%). A promoção da autoestima, do auto cuidado, da participação na formulação de politicas públicas e dos direitos de profissionais do sexo, assim como de todas as populações mais vulneráveis deve fazer parte da estratégia brasileira de prevenção das DSTs e do HIV/Aids.
Defendemos políticas públicas pautadas na ética, na promoção da saúde e na cidadania, independentemente de raça, credo, orientação sexual ou escolhas profissionais. Somos programas e áreas técnicas de Controle de DST AIDS de Secretarias de Saúde comprometidas com a garantia dos direitos humanos e com os princípios do Sistema Único de Saúde. 
Assinam abaixo os seguintes coordenadores de Programas Brasileiros de Prevenção ao HIV/AIDS

Almir Santana – Cordenação Estadual de DST AIDS de Sergipe
Alzira Rosvita Vaz da Silva, psicóloga, coordenadora municipal de AIDS de Santa Cruz do Sul – RS
Alzira Rosvita Vaz da Silva, psicóloga, coordenadora municipal de AIDS de Santa Cruz do Sul – RS
Clair Bernardete Bortolotto - Coordenadora do Programa Municipal de DST/HIV/Aids de Blumenau SC
Cristina Alves de Abreu - Coordenação Municipal de DST/AIDS de Tiimon-MA
Denise Marinho – Coordenação do Programa Municipal de DST/AIDS de A. Búzios
Denise Pires -  Gerência DST AIDS Sangue e Hemoderivados  da SES – RJ
Dra Carmen Shirley Liberatori Gimaiel – Secretaria Municipal da Saúde de Birigui
Fábia Lisboa – Coordenação do Programa Municipal de DST/AIDS de Niterói
Fábia Lisboa de Souza Assessoria de DST/AIDS e Hepatites Virais de Niterói 
Fátima Regina de Almeida Lima Neves  - Coordenação do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais - Ribeirão Preto/SP
Fátima Regina de Almeida Lima Neves - Coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais Ribeirão Preto/SP
Gerson Barreto Winkler  - Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre
Goher Lima Gonzalez – Coordenadora do Programa DST/AIDS de Itanhaém/SP
Gustavo Guimarães – Coordenação do Programa Municipal de DST/AIDS do RJ
Ilham El Maerrawi Coordenação do  Programa DST/Aids/hepatites – São Vicente- SP
Luana Saraiva - Coordenadora DST/AIDS - Coordenação do Serviço de Atenção Especializada em DST/AIDS do município de Carazinho/RS
Luana Saraiva - Coordenadora DST/AIDS Carazinho – RS
Luzia Martins Sobrinha -  Coord. Municipal de DST/AIDS e  Hepatites Virais Secretaria Municipal de Saúde –SEMSA Prefeitura Munical de Tabatinga-Amazonas
Luzia Martins Sobrinha Coord. Municipal de DST/AIDS e  Hepatites Virais - Tabatinga-Amazonas
Maria Clara Gianna – Coordenação do Programa Estadual DST/Aids de São Paulo,
Maria Gabriela Moraes Teixeira de Sá – Coordenação Municipal de Sapucaia RJ
Maria Inês Ferreira – Coordenação Municipal de DST AIDS e Hepatites Virais de Petrópolis – RJ
Marília Moraes – Coordenação do Programa Municipal de DST/AIDS de Sapucaia
Mônica Bandeira - Área Técnica de DST/aids SMS de Palmas - TO
Nivia Soares – Coordenação do Programa Municipal de DST/AIDS de Mendes
Osvaldina Silva Mota - Coordenação Estadual de DST/AIDS do Maranhão
Patrícia Maria Galli Lourenço Beraldo Belão  - Programa de DST/AIDS de São João da Boa Vista
Patrícia Maria Galli Lourenço Beraldo Belão - Programa de DST/AIDS de São João da Boa Vista
Renato Guimarães – Coord. do Programa Municipal de DST/AIDS de Natividade
Ricardo Brasil Charão - Seção Estadual de Controle das DST/Aids - Departamento de Ações em Saúde - Secretaria Estadual da Saúde / RS
Rosa Maria Brás Roque - Coordenadora do programa DST/AIDS/Hep virais - Aparecida – SP
Sandra Fagundes - Coordenadora Estadual da SESA ES
Shirleide Doxa de Sousa Matias - Coordenação Municipal em DST/Aids de Balsas.
Teresa Pólo – Coordenação Municipal de DST AIDS de Nova Friburgo.
Viviane Braga – Coordenação do Programa Municipal de DST/AIDS de Tanguá

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Pau de galinheiro

Descrição da imagem: um narcisista galo marrom claro, com crista vermelha empunhando um espelho de cabo, pouco se importando com o imundo pau de galinheiro que paira sobre um rolo de papel higiênico.

Publicado hoje na Agência de Notícias da AIDS.
Por Beto Volpe

As recentes atitudes tomadas pelo Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, demonstraram claramente que a luta contra a aids no Brasil não é uma prioridade de um governo que zela por sua ‘governabilidade’, ou seja, a troca de favorecimentos por votos em plenário. Em nome dela, acordos e apertos de mãos espúrios são firmados, comissões estratégicas do Congresso Nacional são entregues nas mãos de seus algozes e instituições tradicionalmente contrárias à política nacional em aids passam a ter uma forte incidência sobre essa área técnica, derrubando campanhas, gestores e trazendo um cenário sombrio, mais que para a manutenção das ações em aids, mas para as liberdades individuais no Brasil.

O primeiro sinal veio no carnaval do ano passado, onde uma campanha voltada para o público gay foi suspensa sem explicações. O movimento social protestou, mas o estrago já havia sido feito e com direito a comemorações públicas de fundamentalistas cristãos aos brados de ‘VITÓRIA!’. Na mesma época a UNAIDS, órgão da ONU voltado para as questões da área, e o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos também declararam sua preocupação com essa interferência religiosa em assuntos técnicos. Interferência que continuou a se fazer presente com a suspensão das cartilhas informativas para adolescentes no início deste ano e, esta semana, da campanha pelo Dia da Prostituta, episódio que causou a exoneração do primeiro escalão do Departamento de Aids no Ministério da Saúde. O ex-diretor, Dr. Dirceu Greco, não se fez de rogado e declarou que existe ingerência religiosa no Ministério da Saúde e que isso faz mal à saúde pública. A mesma saúde pública defendida pelo ministro quando da Reforma Sanitária e redemocratização do país, se é que o Dr. Padilha se lembra disso.

O mais significativo dessa exoneração é que o comunicado não foi feito diretamente pelo ministro, mas sim por um de seus secretários. Igualmente não houve o menor respeito para com o movimento brasileiro de luta contra a aids, artífice e principal protagonista da resposta brasileira à epidemia, que claramente apoiava a manutenção da gestão e das políticas em HIV/Aids no país. Em outras palavras, a luta contra a aids no Brasil está mais suja do que pau de galinheiro às vistas do Ministério da Saúde, segundo a ótica da tal governabilidade.

O governo, uma vez mais, mostrou o caminho: a ruptura. Não é mais possível que as ONGs e Redes de Pessoas Vivendo com HIV continuem a legitimar esse governo que não nos legitima. É inadmissível sentar-se à mesa de reuniões após tamanha mostra de desprezo por tantas vidas dedicadas ao enfrentamento à epidemia, sempre se baseando em critérios técnicos e sociais. É o momento para que todos os segmentos que compõem a luta contra a aids esqueçam suas diferenças e se unam em defesa de um bem maior: a liberdade do povo brasileiro, ameaçada pelo Estado Teocrático.

Para quem não era nascido, no final dos anos setenta o Irã era uma nação moderna, porém corrupta, cuja liderança se perpetuava no poder a despeito das sucessivas tentativas da esquerda e dos liberais em tomá-lo. Até que alguém teve a idéia de se aliar aos fundamentalistas islâmicos e assim lograram a conquista do poder. O que os comunistas e liberais não contavam é que, quando da posse, os representantes de Deus na Terra iriam se sentir o próprio Deus, exterminando e prendendo seus aliados e proclamando uma república islâmica, reconhecidamente retrógrada e envolta em sucessivos conflitos. E essa transformação social ocorreu há apenas três décadas, trazendo a pena de morte para homossexuais, servidão para as mulheres e demonização da diversidade religiosa, incluindo os cristãos. Em nosso país não é difícil imaginar a suspensão do direito ao aborto de anencefálicos, da união de pessoas do mesmo sexo e uma futura revisão da ‘rigorosa’ lei Maria da Penha.

Ocupemos ruas e praças, sensibilizemos e mobilizemos sindicatos e organizações progressistas, acionemos as cortes nacionais e internacionais por tratados dos quais o Brasil é signatário e que estão sendo rompidos. Precisamos mostrar que quem está mais sujo do que pau de galinheiro nessa história toda é um governo que hoje cospe no prato que o elegeu e coloca em risco o espírito democrático retomado a muito custo, após décadas de ditadura militar.

E, se há uma coisa pior que uma ditadura militar, só mesmo uma ditadura em nome de Deus. Li, bem recentemente, em uma publicação de um assessor político em minha cidade:

- Esta noite sonhei com a Voz do Brasil iniciando com ‘A paz do Senhor’.

Deus nos livre!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ministro da Saúde exonera coordenador nacional de DST/AIDS

Mais uma filha da putice do ministro da Saúde. O que fará o movimento de luta contra a AIDS? O que fará o diretor adjunto da coordenação?
BV

DIRCEU GRECO, DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE AIDS , FOI EXONERADO APÓS POLÊMICA.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, exonerou nesta terça-feira o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco.

A decisão foi tomada três dias depois da divulgação de uma campanha para combater o preconceito contra profissionais do sexo, que incluía uma peça com os dizeres: "Eu sou feliz sendo prostituta". Elogiado por médicos e especialistas na prevenção de DST-Aids, o material provocou protestos entre a bancada evangélica. Nesta terça-feira, no Congresso, parlamentares pediram explicação sobre o tema.

Padilha mandou, nesta noite, retirar todo material dessa campanha do site do DST-Aids, abrigado no portal do Ministério da Saúde. 

Pela manhã, o ministro havia determinado a retirada apenas da peça "Eu sou feliz sendo prostituta". De acordo com ele, o material havia sido veiculado sem passar pelo crivo do departamento de publicidade. Greco estava no cargo desde meados de 2010.
DIRCEU GRECO, DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE AIDS , FOI EXONERADO APÓS POLÊMICA.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, exonerou nesta terça-feira o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco.

A decisão foi tomada três dias depois da divulgação de uma campanha para combater o preconceito contra profissionais do sexo, que incluía uma peça com os dizeres: "Eu sou feliz sendo prostituta". Elogiado por médicos e especialistas na prevenção de DST-Aids, o material provocou protestos entre a bancada evangélica. Nesta terça-feira, no Congresso, parlamentares pediram explicação sobre o tema.

Padilha mandou, nesta noite, retirar todo material dessa campanha do site do DST-Aids, abrigado no portal do Ministério da Saúde.

Pela manhã, o ministro havia determinado a retirada apenas da peça "Eu sou feliz sendo prostituta". De acordo com ele, o material havia sido veiculado sem passar pelo crivo do departamento de publicidade. Greco estava no cargo desde meados de 2010.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Filhos da puta desnaturados

Descrição da imagem: em fundo preto e com letras vermelhras a inscrição 'Keep Calm o caralho, FILHO DA PUTA, ironizando propaganda de uísque.
 
- Mas é tudo um bando de filhos da puta, mesmo!
 
Não é de hoje que essa frase é usada por quase todo brasileiro e brasileira quando esses se referem a assuntos como política nacional e, mais recentemente, a governabilidade do Estado. O sistema político brasileiro permite aberrações que vão muito além dos inflamados discursos pro e contra felicianos, maggis e campos, e também de genuínos, azeredos e dirceus. Interfere em assuntos eminentemente técnicos, como a área de DST/AIDS do Ministério da Saúde, cancelando ações planejadas e elaboradas em parceria com renomados organismos internacionais, incluindo a própria ONU e contribui para o aumento da vulnerabilidade das populações envolvidas. Foi assim com as peças publicitárias para o público gay durante o carnaval, continuou com a suspensão da distribuição de um conjunto de cartilhas voltadas para o público adolescente e consolidou-se como regime de exceção ao vetar a campanha 'Sou feliz sendo prostituta', alusiva ao Dia da Prostituta ocorrido no último dia 02 de junho. Isso lá é compartamento de filho?
 
Primeiramente quando a gente diz 'filho da puta' não está querendo ofender as dignas profissionais da noite, das mais valorosas em nossa sociedade pois são muito mais que amantes, são psicólogas, amigas, alguém que nos ama incondicionalmente, desde que paguemos adiantado, claro. É como 'viado', hoje em dia não significa mais gay; ser viado é fazer a conversão no trânsito sem dar seta, falar com seu rádio alto no meio do restaurante, é ser inconveniente. Quando dizemos 'filhos da puta' estamos querendo dizer criaturas execráveis, que em nome de seu jogo sujo de poder colocam em risco a vida de milhares de pessoas, postas às margens da sociedade, com uma canetada que outrora sacramentava a universalidade, a integralidade e a equidade, pilares do Sistema Único de Saúde. Claro que também não nos referimos às mães de nossos gestores e representantes no cenário federal. Por mais que elas devam ter dado sua contribuição para que o mal se propagasse em forma de figura pública, não é justo que se coloque toda a culpa na mãe, apesar de Freud.

Descrição da imagem: Anivaldo ladeado por mim e Cláudio Monteiro em Votuporanga.
 
Pois bem, começando por quem assumiu a responsabilidade pela censura, o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, não lhe conheço a mãe, mas conheço um pouco seu pai, o brilhante Anivaldo Padilha, notório atuante da Comissão da Verdade, desde a luta por sua implementação, torturado e exilado político durante os anos de chumbo da ditadura militar. Tenho por este uma incrível admiração por sua coerência e clareza de idéias de justiça e liberdade, sendo que tivemos a oportunidade de realizarmos uma oficina de prevenção em DST/AIDS em conjunto com Cláudio Monteiro, outro irmão de fé. E me pego imaginando o quão constrangedor para Anivaldo saber o que estão falando da mãe de seu filho, repito, por mais que não seja ela o alvo. Mas é muita filha da putice tornar a censura uma prática em sua pasta e ainda alegar 'bom senso' no Twitter. O bom senso hitleriano em queimar livros que iam de encontro aos princípios do Reich. O bom senso dos generais da ditadura militar brasileira, os mesmos que estão sendo desnudados por seu pai, senhor ministro. Qual será o próximo passo de seu ministério? Financiar ações da sociedade civil desde que não tenham como público alvo prostitutas e usuários de drogas e que não mencionem preservativos como forma de prevenção? Isso é bem possível de acontecer, basta lembrar que durante o recente governo republicano essa era a prática nos Estados Unidos, 'terra da liberdade'.

 
Mas nem toda censura parte do executivo, o parlamento brasileiro vem se mostrando mestre na implantação de uma ditadura representativa em nossa pátria, mãe gentil e puta. Pequenos, porém organizados grupos conservadores, estão alcançando posições em espaços estratégicos e dando encaminhamento às suas demandas de um 'deus' excludente, chamado poder. É inocente quem acredita que esses seres do mal, pastores, bispos e apóstolos falam em nome de um deus que cultua o amor e a família, como querem que acreditemos. São hárpias da felicidade alheia, subjugando a mulher, amaldiçoando o negro, excluindo o povo do arco íris de qualquer atenção pública e culpabilizando as pessoas com deficiência por sua condição, supostamente de inferioridade com relação ao 'povo de deus'. Povo de Deus, quanta soberba jorra das vísceras purulentas desses piratas dos tempos modernos, que mantêm patrimônios milionários, estupram suas fiéis e que ostentam o título de bancada mais faltosa e processada do Congresso Nacional. 'Raça de víboras! Sepulcros caiados de branco!!'
 
 
Agora, se formos pensar em filha da putice, não podemos deixar de lado o grande artífice desse jeito filho da puta de governar: o Partido dos Trabalhadores. Aqui também é bom deixar claro que o PT é apenas o partido da ocasião, poderia ser qualquer outro. Sim, porque no Brasil não existe situação e oposição, apenas a ocasião, que é quem faz o ladrão. O mesmo ocorreu durante a corte tucana, ocorrerá com o PSB, com o PMDB, com o PQP. O Partido Que o Pariu. Mas jamais seria de se esperar que um partido fundamentado por pilares de terra, trabalho e liberdade se alinharia com as bancadas ruralista e evangélica, como se fossem grandes suas afinidades, cuspindo na cara de quem o elegeu e causando enormes retrocessos nas políticas públicas inclusivas em nossa pátria, mãe gentil e puta. Sim, nossa pátria é nossa maior puta. É ela quem nos ama, que nos dá a condição de brasileiros e brasileiras, grandes filhos de filhas da puta, que não aguentam mais ver a forma como nossa mãe é tratada, sendo usada, abusada e lambusada por uma verdadeira corja que se instalou no poder e que acredita que Deus é um projeto de governabilidade viável, como foi a tomada do poder pelo proletariado no Irã dos anos 70, resultando no que sabemos ser o Irã, hoje.
 
Filhos e filhas da puta de todo o Brasil, uni-vos! Sua mãe chora sua redenção, clama pela luz do dia, anseia pela liberdade predominando em seus risonhos, lindos campos e em seus bosques com mais vida e mais amores.
 
Puta amada, Brasil.
 
Beto Volpe